Integrante da CPI da Petrobras, a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) defendeu hoje (10) que o colegiado convoque imediatamente o tesoureiro do PT, José Vaccari Neto, para cobrar explicações dele sobre a afirmação do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que acusa o dirigente petista de participar efetiva e diretamente do esquema de propina instalado na estatal que pode ter rendido ao partido da presidente Dilma Rousseff cerca de U$ 200 milhões, o equivalente a mais de R$ 600 milhões.
Barusco disse que a corrupção foi institucionalizada na Petrobras a partir de 2003. No depoimento que durou mais de 6 horas, Barusco explicou que 1% do pagamento de propina era dado a ele e ao ex-diretor da Petrobrás Renato Duque e outro 1% era do tesoureiro do PT que operava pelo partido. E que o dinheiro teria abastecido a campanha de Dilma em 2010.
O ex-funcionário da estatal contou que foi pedida uma doação à empresa holandesa SBM Offshore. Os recursos foram repassados a ele, que fez posteriormente um “acerto de contas” com João Vaccari, para que o dinheiro chegasse ao partido e abastecesse a campanha presidencial petista.
“O caso é grave e requer desta CPI imediata providência para investigar o elo entre o Petrolão e a campanha presidencial de Dilma. Nesse sentido, é que temos que usar todos os instrumentos de apuração constitucionais e regimentais para detalhar e mostrar ao povo brasileiro todas estas conexões instaladas a partir da Petrobras”, disse.
Acareação
Eliziane Gama também entrará no colegiado com requerimento solicitando que os parlamentares façam a acareação entre Barusco, Vaccari e o ex-diretor da Área de Serviços, Renato Duque. Este último também foi apontado pelo depoente como beneficiário do esquema de propina na estatal.
A parlamentar é autora de pedidos de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT e de familiares dele. Ela defende que o acesso a estes dados deve ser aprovado o mais rapidamente possível.
Questionamentos
Ainda durante depoimento, Eliziane questionou Barusco sobre que vínculo ele tinha com o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
O ex-gerente disse que se encontrou algumas vezes com o petista em eventos esporádicos, mas que não tinha nenhum grau de envolvimento com Dirceu.
Em resposta à deputada, Barusco também revelou haver uma espécie de comando no esquema montado para abastecer com propinas partidos políticos a partir do superfaturamento de obras contratadas pela estatal de petróleo brasileira.
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Diniz