Apesar de haver certo sigilo nas investigações, informações
fidedignas dão conta de que várias pessoas já foram ouvidas pela promotora de
justiça Glauce Mara Malheiros. As informações mais recentes é a de que os
vereadores acusados do Propinaço já estão sendo intimados para deporem – Agora
o feitiço pode virar contra o feiticeiro!
Dez dos 17 vereadores que fazem parte do
Legislativo Municipal de Açailândia estão sendo investigados por receber
propina para aprovar projetos de lei. Trata-se do Procedimento Administrativo
n° 01/2014 – 1° PJ/Açai, instaurado para apurar a conduta dos vereadores, onde
consta o depoimento de Adriano Sousa da Rocha a Promotora de Justiça Titular da
1° Promotoria de Justiça do município, relatando com funcionou todo o esquema
ilegal de arrecadação de dinheiro por parte dos vereadores. Adriano Sousa da
Rocha, delator do esquema está morto.
Ele era sobrinho do atual presidente da
Câmara Municipal de Açailândia, Anselmo Rocha, apontado por Adriano Sousa como
lobista do esquema. O depoimento de Adriano ocorreu na sede da Promotoria,
localizada na Vila Ildemar, no dia 23 de maio de 2014, era uma sexta feira, às
10 horas da manhã.
O
EMPRESÁRIO.
Ricardo Nascimento é presidente do Grupo
Ferroeste, que é proprietário da Aciaria Aço Verde Brasil. A empresa
encontra-se instalada no bairro Pequia, parque industrial do município. Ela
deveria ter começado a funcionar no primeiro semestre de 2015, mas apesar do
investimento da ordem de R$ 700 milhões, até hoje não funciona. Segundo a
denúncia, a propina paga aos vereadores era para aprovação de projeto que
previa a instalação da Aciaria e isenção de impostos.
O
CAMINHO DA PROPINA ATÉ OS VEREADORES.
Adriano Sousa da Rocha relatou a
Promotora Glauce Malheiros que era sobrinho do Vereador Anselmo Rocha, e que
sempre havia trabalhado como cabo eleitoral do parlamentar, pedindo votos para
o tio no bairro do Jacu, base eleitoral de Anselmo Rocha. Em seu depoimento
Adriano Sousa relatou que, Anselmo Rocha lhe ligou solicitando que este fosse
ao Banco do Brasil trocar um cheque e para tanto o declarante, Adriano,
receberia a quantia de R$ 500,00 (Quinhentos reais).
O delator do esquema afirmou que Anselmo
Rocha ao lhe entregar o cheque pediu a ele que mantivesse a transação bancaria
em segredo e “não contasse nem a sua própria mãe”. Ao receber o cheque, Adriano
Rocha, afirma que constatou que a titular era uma pessoa jurídica, ou seja, uma
empresa, citando a Meca Móvel Construções, que seria do então vice-prefeito de
Açailândia, Juscelino Oliveira, PP.
Dando continuidade as suas declarações
para a Promotora de Justiça, Adriano Rocha diz que foi até a agência bancária e
sacou o valor que constava no cheque, R$ 5.000,00 (Cinco mil reais). Desta
quantia ele relata ter entregado ao seu tio, vereador Anselmo Rocha, R$
4.500,00 (Quatro mil e Quinhentos reais), ficando com R$ 500,00, o que seria o
pagamento pelo favor.
Segundo consta no
termo de declarações, Adriano Rocha afirmou que dias após realizar esta
operação se encontrou com Anselmo Rocha, no Armazém do vereador, já que além de
parlamentar, Anselmo é comerciante atividade
paralela que mantém além do mandato. Durante
a conversa classificada como informal, o vereador teria confessado que o cheque
era pagamento para aprovação de um projeto de lei que havia sido negociado com
o empresário mineiro Ricardo Nascimento.
Ainda na conversa com seu tio, Adriano
Rocha, afirma ter sido informado de que a empresa MecaMóvel Construções, teria
recebido o valor de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais), da Aciaria Aço Verde e
depois esta teria distribuído dez cheques no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) para os dez vereadores. O denunciante
cita em seu depoimento os seguintes parlamentares: Diomar Freire, Pastor
Vagnaldo, Márcio Aníbal, Carlinhos do Fórum, Fátima Camelo, Fabio Pereira,
Bento Camarão, Professor Pedro, Sergiomar de Assis e Anselmo Rocha.
Parte dos vereadores citados como recebedores
de propina aparecem em fotos visitando as instalações da Aciaria Aço
Verde. Adriano
Sousa disse acreditar que todos os cheques foram sacados ainda em dezembro de
2014. E relatou que no momento em que Anselmo lhe contou o passo a passo do esquema,
o mesmo estava sozinho com ele em seu armazém.
Conforme o depoimento, em
janeiro de 2014, novamente o vereador ligou para Adriano ir trocar outro
cheque, dessa mesma negociação, mas como ele teriademorado a chegar, Anselmo
recomendou que um dos seus filhos fosse trocar o cheque.
O referido cheque seria de R$
3.800,00 (Três mil e oitocentos reais), tendo sido entregue a Adriano somente
trezentos reais, mas como o mesmo não viu o cheque, não soube dizer ao certo o
valor expresso. Esse cheque também foi emitido pela a empresa Mecamóvel
Construção.
Anselmo ainda teria, segundo
depoimento, afirmado que havia mais dinheiro para ser recebido, a respeito da
aprovação do projeto de lei que permitia a instalação da Aciaria, pois o valor
combinado para cada vereador seria R$ 20.000.00 (Vinte mil reais), porém como
vazou informações sobre a negociação, não soube mais sobre o pagamento.
O vazamento de informações
citados pelo denunciante teria sido o momento em que o suposto recebido de
propina por parte dos vereadores passou a ser levantado por setores da
imprensa, leia-se, Blog´s. Naquele momento as suspeitas foram levantadas como
se tratando de um “PropinAço”, uma alusão a propina e a origem do dinheiro,
Aciaria que em funcionamento produziria 600 mil toneladas de vergalhões e fio
máquina, ao ano.
Adriano Sousa relatou ainda
que viu o vereador Anselmo recebendo uma ligação da vereadora Diomar Freire. Na
ocasião perguntou sobre o restante do dinheiro da negociação citada, mas como o
parlamentar alegou não saber, o mesmo ligou para um sócio da empresa que aparece
como fornecedorados cheques, perguntando sobre quando iria sair o restante do
dinheiro danegociação da aprovação do projeto de lei. Do outro lado da linha o
homem teria dito não saber a resposta.
Os fatos narrados por Adriano
Sousa, só eram até entãode conhecimento da esposa dele, da vereadora Lenilda,
irmã de Anselmo e de seu esposo, ex-deputado estadual Irmão Carlos.
Adriano relatou ainda que
enquanto ia trocar cheques presenciou pessoas de confiança de vereadores também
na agência, provavelmente realizando saques da mesma negociação. Dias após
conceder o depoimento Adriano Sousa faleceu.
PREFEITA DENUNCIA
No dia 20 de março de 2015
durante entrevista coletiva a prefeita eleita do município de Açailândia,
Gleide Lima Santo, PMDB, denunciou o esquema ilegal de recebimento de propina
montado pelos vereadores para a população. Diomar Freire, Pastor
Vagnaldo, Márcio Aníbal,
Carlinhos do Fórum, Fátima Camelo, Fabio Pereira, Bento Camarão, Professor
Pedro e Anselmo Rocha apontados pelo denunciante como recebedores de propina
votaram pela a cassação do mandato da prefeita Gleide Santos, na última terça
feira, 21.
A Comissão Processante instalada pelos
vereadores com o único objetivo de cassar o mandato de Gleide Santos, já que
por vezes os parlamentares citados declararam seus votos antecipamente em redes
sociais, afirmando que votariam pela a cassação antes mesmo das denúncias serem
apreciadas, foi por várias vezes, derrubada pela a Justiça que encontrou
diversos vícios e erros.
Instabilidade Política
Mesmo em meio a toda
instabilidade política que se instalou no Município por conta das tentativas da
cassação do mandato legítimo da prefeita Gleide Lima Santos, a cidade de
Açailândia continuava no caminho certo, com salários dos servidores públicos em
dias, todos os 07 restaurantes populares em pleno funcionamento, uma grande
operação tapa-buracos foi deflagrada, novos médicos foram contratados para
melhoria do funcionamento do Hospital Municipal, enfim, a máquina
administrativa continuava o seu pleno funcionamento, no entanto, com essa nova
ruptura ocorrida por conta de uma comissão processante cheia de vícios, Açailândia
poderá outra vez entrar em declínio e quem paga o preço é a população.
Governo Golpista
Como dizem em um jargão
popular, nem ao menos se esperou enterrar o defunto, claro, se houvesse
defunto, pois Gleide Santos continua na luta, e o novo governo já começou a ser
montado de uma forma extremamente escandalosa – E pasmem – foram agraciados
todos os interessados diretamente no processo de cassação do mandato da
legítima prefeita de Açailândia, sem nenhuma rara exceção. Isso ficará para outra
matéria ainda mais detalhada.
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Diniz