Páginas

terça-feira, 28 de julho de 2015

Vereadores de Açailândia terão que depor na Promotoria Pública acusados de receber propina de Aciaria instalada no Município


Apesar de haver certo sigilo nas investigações, informações fidedignas dão conta de que várias pessoas já foram ouvidas pela promotora de justiça Glauce Mara Malheiros. As informações mais recentes é a de que os vereadores acusados do Propinaço já estão sendo intimados para deporem – Agora o feitiço pode virar contra o feiticeiro!
Dez dos 17 vereadores que fazem parte do Legislativo Municipal de Açailândia estão sendo investigados por receber propina para aprovar projetos de lei. Trata-se do Procedimento Administrativo n° 01/2014 – 1° PJ/Açai, instaurado para apurar a conduta dos vereadores, onde consta o depoimento de Adriano Sousa da Rocha a Promotora de Justiça Titular da 1° Promotoria de Justiça do município, relatando com funcionou todo o esquema ilegal de arrecadação de dinheiro por parte dos vereadores. Adriano Sousa da Rocha, delator do esquema está morto.
Ele era sobrinho do atual presidente da Câmara Municipal de Açailândia, Anselmo Rocha, apontado por Adriano Sousa como lobista do esquema. O depoimento de Adriano ocorreu na sede da Promotoria, localizada na Vila Ildemar, no dia 23 de maio de 2014, era uma sexta feira, às 10 horas da manhã.
O EMPRESÁRIO.
Ricardo Nascimento é presidente do Grupo Ferroeste, que é proprietário da Aciaria Aço Verde Brasil. A empresa encontra-se instalada no bairro Pequia, parque industrial do município. Ela deveria ter começado a funcionar no primeiro semestre de 2015, mas apesar do investimento da ordem de R$ 700 milhões, até hoje não funciona. Segundo a denúncia, a propina paga aos vereadores era para aprovação de projeto que previa a instalação da Aciaria e isenção de impostos.
O CAMINHO DA PROPINA ATÉ OS VEREADORES.
Adriano Sousa da Rocha relatou a Promotora Glauce Malheiros que era sobrinho do Vereador Anselmo Rocha, e que sempre havia trabalhado como cabo eleitoral do parlamentar, pedindo votos para o tio no bairro do Jacu, base eleitoral de Anselmo Rocha. Em seu depoimento Adriano Sousa relatou que, Anselmo Rocha lhe ligou solicitando que este fosse ao Banco do Brasil trocar um cheque e para tanto o declarante, Adriano, receberia a quantia de R$ 500,00 (Quinhentos reais).
O delator do esquema afirmou que Anselmo Rocha ao lhe entregar o cheque pediu a ele que mantivesse a transação bancaria em segredo e “não contasse nem a sua própria mãe”. Ao receber o cheque, Adriano Rocha, afirma que constatou que a titular era uma pessoa jurídica, ou seja, uma empresa, citando a Meca Móvel Construções, que seria do então vice-prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira, PP.
Dando continuidade as suas declarações para a Promotora de Justiça, Adriano Rocha diz que foi até a agência bancária e sacou o valor que constava no cheque, R$ 5.000,00 (Cinco mil reais). Desta quantia ele relata ter entregado ao seu tio, vereador Anselmo Rocha, R$ 4.500,00 (Quatro mil e Quinhentos reais), ficando com R$ 500,00, o que seria o pagamento pelo favor.
Segundo consta no termo de declarações, Adriano Rocha afirmou que dias após realizar esta operação se encontrou com Anselmo Rocha, no Armazém do vereador, já que além de parlamentar, Anselmo é comerciante atividade 

paralela que mantém além do mandato. Durante a conversa classificada como informal, o vereador teria confessado que o cheque era pagamento para aprovação de um projeto de lei que havia sido negociado com o empresário mineiro Ricardo Nascimento.
Ainda na conversa com seu tio, Adriano Rocha, afirma ter sido informado de que a empresa MecaMóvel Construções, teria recebido o valor de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais), da Aciaria Aço Verde e depois esta teria distribuído dez cheques no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para os dez vereadores.  O denunciante cita em seu depoimento os seguintes parlamentares: Diomar Freire, Pastor Vagnaldo, Márcio Aníbal, Carlinhos do Fórum, Fátima Camelo, Fabio Pereira, Bento Camarão, Professor Pedro, Sergiomar de Assis e Anselmo Rocha.
Parte dos vereadores citados como recebedores de propina aparecem em fotos visitando as instalações da Aciaria Aço Verde.  Adriano Sousa disse acreditar que todos os cheques foram sacados ainda em dezembro de 2014. E relatou que no momento em que Anselmo lhe contou o passo a passo do esquema, o mesmo estava sozinho com ele em seu armazém.
Conforme o depoimento, em janeiro de 2014, novamente o vereador ligou para Adriano ir trocar outro cheque, dessa mesma negociação, mas como ele teriademorado a chegar, Anselmo recomendou que um dos seus filhos fosse trocar o cheque.
O referido cheque seria de R$ 3.800,00 (Três mil e oitocentos reais), tendo sido entregue a Adriano somente trezentos reais, mas como o mesmo não viu o cheque, não soube dizer ao certo o valor expresso. Esse cheque também foi emitido pela a empresa Mecamóvel Construção.
Anselmo ainda teria, segundo depoimento, afirmado que havia mais dinheiro para ser recebido, a respeito da aprovação do projeto de lei que permitia a instalação da Aciaria, pois o valor combinado para cada vereador seria R$ 20.000.00 (Vinte mil reais), porém como vazou informações sobre a negociação, não soube mais sobre o pagamento.
O vazamento de informações citados pelo denunciante teria sido o momento em que o suposto recebido de propina por parte dos vereadores passou a ser levantado por setores da imprensa, leia-se, Blog´s. Naquele momento as suspeitas foram levantadas como se tratando de um “PropinAço”, uma alusão a propina e a origem do dinheiro, Aciaria que em funcionamento produziria 600 mil toneladas de vergalhões e fio máquina, ao ano.
Adriano Sousa relatou ainda que viu o vereador Anselmo recebendo uma ligação da vereadora Diomar Freire. Na ocasião perguntou sobre o restante do dinheiro da negociação citada, mas como o parlamentar alegou não saber, o mesmo ligou para um sócio da empresa que aparece como fornecedorados cheques, perguntando sobre quando iria sair o restante do dinheiro danegociação da aprovação do projeto de lei. Do outro lado da linha o homem teria dito não saber a resposta.
Os fatos narrados por Adriano Sousa, só eram até entãode conhecimento da esposa dele, da vereadora Lenilda, irmã de Anselmo e de seu esposo, ex-deputado estadual Irmão Carlos.

Adriano relatou ainda que enquanto ia trocar cheques presenciou pessoas de confiança de vereadores também na agência, provavelmente realizando saques da mesma negociação. Dias após conceder o depoimento Adriano Sousa faleceu.
PREFEITA DENUNCIA
No dia 20 de março de 2015 durante entrevista coletiva a prefeita eleita do município de Açailândia, Gleide Lima Santo, PMDB, denunciou o esquema ilegal de recebimento de propina montado pelos vereadores para a população. Diomar Freire, Pastor Vagnaldo, Márcio Aníbal, Carlinhos do Fórum, Fátima Camelo, Fabio Pereira, Bento Camarão, Professor Pedro e Anselmo Rocha apontados pelo denunciante como recebedores de propina votaram pela a cassação do mandato da prefeita Gleide Santos, na última terça feira, 21.
A Comissão Processante instalada pelos vereadores com o único objetivo de cassar o mandato de Gleide Santos, já que por vezes os parlamentares citados declararam seus votos antecipamente em redes sociais, afirmando que votariam pela a cassação antes mesmo das denúncias serem apreciadas, foi por várias vezes, derrubada pela a Justiça que encontrou diversos vícios e erros.
Instabilidade Política
Mesmo em meio a toda instabilidade política que se instalou no Município por conta das tentativas da cassação do mandato legítimo da prefeita Gleide Lima Santos, a cidade de Açailândia continuava no caminho certo, com salários dos servidores públicos em dias, todos os 07 restaurantes populares em pleno funcionamento, uma grande operação tapa-buracos foi deflagrada, novos médicos foram contratados para melhoria do funcionamento do Hospital Municipal, enfim, a máquina administrativa continuava o seu pleno funcionamento, no entanto, com essa nova ruptura ocorrida por conta de uma comissão processante cheia de vícios, Açailândia poderá outra vez entrar em declínio e quem paga o preço é a população.
Governo Golpista
Como dizem em um jargão popular, nem ao menos se esperou enterrar o defunto, claro, se houvesse defunto, pois Gleide Santos continua na luta, e o novo governo já começou a ser montado de uma forma extremamente escandalosa – E pasmem – foram agraciados todos os interessados diretamente no processo de cassação do mandato da legítima prefeita de Açailândia, sem nenhuma rara exceção. Isso ficará para outra matéria ainda mais detalhada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário

Diniz