A Procuradoria da Mulher, em parceria com a Escola do Legislativo (Elema), realizou na manhã desta terça-feira (23), no Plenarinho, um ciclo de palestras sobre Transtorno do Espectro Autista. A iniciativa foi da procuradora da Mulher, deputada Helena Duailibe (Solidariedade), em alusão ao dia 2 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
“Nesse momento, nós precisamos conversar com os gestores, com a sociedade civil, com as mães e com as pessoas que estão envolvidas nesse processo, para repassar essas informações e ver de que forma a Assembleia Legislativa pode efetivar políticas públicas que realmente melhorem a vida dessas pessoas que têm autismo”, acentuou Helena Duailibe, agradecendo as presenças das mães e profissionais que lidam diretamente com o assunto.
A programação contou com três palestras: “Como rastrear sinais de risco no desenvolvimento infantil e o que fazer”, proferida pela psicóloga Flávia Neves; “Uso de tecnologias no TEA: Implicações práticas e terapêuticas”, com a psiquiatra infantil Talita Serra; e “Diálogo entre a Orientação Escolar e a Saúde para uma ação inclusiva”, com a pedagoga Tarciana de Andrade.
A psicóloga Flávia Neves falou sobre a ausência e a presença de determinados comportamentos que sinalizam o transtorno. “O primeiro comportamento que se verifica a partir dos primeiros três meses é a falta de contato visual com a mãe. A criança prefere rastrear coisas no ambiente, ter um olhar que a gente chama de “perdido” e não fixa o contato visual com os adultos, e isso vai se desenvolvendo ao longo da idade da criança. A dificuldade de atender ao nome, em imitar, não tem o sorriso social, não brincar funcionalmente com os brinquedos são indicativos que atrasam o desenvolvimento. Mais tarde, tem o desenvolvimento da criança com autismo”, pontuou Flávia Neves.
A psiquiatra Talita Serra enfatizou que as tecnologias podem ajudar muito a auxiliar nas terapias, trazendo benefícios para melhorar a habilidade social, a comunicação das crianças, a interação com a família, com os adultos e, também, melhorar o desempenho acadêmico, através de tablets, celulares e programas de aplicativos. Também falou dos riscos do uso da tecnologia, por isso, deve-se ter cuidado com os excessos uma vez que as crianças podem acabar ficando muito isoladas, deixando de interagir com outras pessoas.
“Essa iniciativa da Assembleia Legislativa é importante para a conscientização, para trazer uma luz, principalmente, para as crianças com autismo. Nós precisamos olhar pra essas crianças, não como crianças doentes, elas não são crianças deficientes, são pessoas que têm uma forma diferente de viver, de pensar, de estabelecer conexão, de estabelecer contatos. Então, a gente precisa aprender a lidar com elas e descobrir quais são os seus potenciais para gente conseguir explorar, de forma positiva, para que elas consigam se tornar adultos funcionais, adultos de sucesso no trabalho e na sua vida social”, afirmou Talita Serra.
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Diniz