,PRB escolheu seu novo líder na Câmara dos Deputados para o ano de 2017. Em seu terceiro mandato de deputado federal e com a experiência de ex-secretário de Comunicação da Câmara (SECOM), o deputado Cleber Verde (PRB-MA) foi eleito para liderar a bancada. Cleber Verde Cordeiro Mendes nasceu em 10 de maio de 1972, no Maranhão. Ainda criança, começou a trabalhar como auxiliar de feirante. Aos 18 anos de idade passou para o curso de matemática e, depois de formado, começou a dar aulas no Ensino Fundamental e Médio, nas escolas do município e da rede particular. A carreira acadêmica durou pouco tempo. Logo, passou em um concurso público estadual, e em seguida, aos 22 anos, foi aprovado para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Confira a entrevista na íntegra:
ENTREVISTA
Liderança do PRB – O senhor foi representante do PRB em 2010. Naquela ocasião, o partido ainda não possuía número suficiente de deputados para constituir uma liderança na Câmara. Agora retorna ao posto como líder de uma bancada de 23 parlamentares. Qual sua expectativa para assumir este novo desafio?
Cleber Verde – Representei o PRB quando éramos apenas três parlamentares na Casa. Volto hoje com a responsabilidade de conduzir um grupo bem maior e extremamente qualificado que pode contribuir de forma significativa no debate dos temas. Nós, do PRB, entendemos que não podemos mais adiar as reformas que são urgentes para fazer o Brasil voltar aos trilhos do desenvolvimento.
Liderança do PRB – Antes de entrar para a política, o senhor era servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Como deputado federal se tornou presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Aposentados e Pensionistas do Brasil. Qual sua avaliação a respeito das votações das reformas da Previdência e Trabalhista que serão votadas nesse primeiro semestre?
Cleber Verde – É preciso identificar os pontos sensíveis da reforma, sobretudo aquilo que possa prejudicar o direito adquirido do trabalhador. Entendemos que os nossos aposentados já foram muito prejudicados ao longo de todos esses anos. Essa é uma luta em que todo o Congresso deverá participar. Queremos fazer uma reforma previdenciária justa que garanta a aposentadoria dos que hoje são beneficiários, mas, que também possa dar condições para que a próxima geração tenha a expectativa de receber o benefício, afinal, o jovem de hoje será o aposentado de amanhã. No que depender do PRB vamos discutir o tema com profundidade. Essa é uma matéria que diz respeito ao povo brasileiro, a todos os trabalhadores e futuros trabalhadores.
Liderança do PRB – A bancada republicana se tornou peça fundamental nas decisões do Congresso Nacional, sobretudo pela maneira coerente e cautelosa de se posicionar do líder Márcio Marinho. O senhor pretende manter a mesma linha?
Cleber Verde – É uma enorme responsabilidade substituir o trabalho exemplar do deputado Márcio Marinho que muito fortaleceu a nossa bancada. Estou consciente disso e vou trabalhar para ouvi-los sempre antes de me posicionar. O nosso objetivo é buscar um consenso e trabalhar em conjunto.
Liderança do PRB – O PRB é um partido que estimula a participação feminina na política. O senhor é autor do PL 186/2015, que prevê punição e mecanismos de fiscalização contra a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Como líder, pretende defender essa bandeira?
Cleber Verde – Nosso projeto altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para estabelecer multa à diferença de remuneração verificada entre homens e mulheres no Brasil. Sabemos que as mulheres representam mais da metade da população e do eleitorado brasileiro. É justo que elas recebam salários compatíveis e também ocupem mais cadeiras no Parlamento. No PRB nós temos exemplos de quadros muito qualificados como as deputadas Rosangela Gomes (RJ) e Tia Eron (BA). As mulheres exercem uma função social louvável na política e mesmo sendo minoria estão conseguindo o protagonismo que merecem. Há vários projetos tramitando na Casa que tratam de assuntos de interesse das mulheres. A nossa orientação é apoiar e acelerar essas tramitações. O ministro Marcos Pereira sempre defendeu a ideia de que no PRB, o gênero feminino não é cota, mas, sim uma necessidade. Também defendo essa bandeira. Acredito na força da mulher.
Liderança do PRB – O senhor pretende sugerir alguma pauta para discussão no Colégio de Líderes?
Cleber Verde – Outro tema urgente que a Câmara não pode mais adiar é a Reforma do Pacto Federativo. Precisamos pensar em um novo modelo que dê as condições mínimas para que estados e municípios possam pagar suas contas. Por exemplo, com a crise na Segurança Pública muito tem se falado em criação de novas penitenciárias, mas quem vai assumir a responsabilidade de mantê-las? Atualmente, centenas de municípios não pagam seus funcionários em dia por falta de dinheiro. A revisão do Pacto Federativo é definitivamente uma prioridade do PRB.
Liderança do PRB – Outra reforma que está na pauta do governo é a reforma política. O senhor vê a viabilidade desta mudança paralelamente às investigações da Lava Jato?
Cleber Verde – Não só é viável como necessária. É fundamental que façamos a reforma política para garantir que a próxima eleição seja mais transparente. Precisamos encontrar uma saída para a questão do financiamento das campanhas e evitar situações de caixa dois como essa que levaram partidos e políticos às investigações da Lava Jato. Há muitos pontos a serem repensados nessa legislação e a hora é esta. A sociedade espera transparência da política.
Liderança do PRB – O senhor também é presidente da Frente Parlamentar da Pesca e Aquicultura. Com a redução de ministérios, a pesca voltou à condição de secretaria. Quais os prejuízos que os pescadores tiveram?
Cleber Verde – Entendemos a necessidade da contenção de gastos, mas, não podemos admitir que decretos e legislações atentem contra os direitos dos nossos trabalhadores. Contamos com mais de 800 mil postos de trabalho só na pesca artesanal. Há ainda toda a movimentação de recursos que existe na pesca industrial e na piscicultura, na pesca amadora e esportiva. Hoje a secretaria tem pouco mais de 40 funcionários para desempenhar o trabalho que, à época do ministério, era realizado por 900 profissionais. Não há sentido perdermos tempo com questões burocráticas. Deveríamos estar envolvidos com outras atividades, como capacitação dos pescadores em prol do desenvolvimento e da conservação do meio ambiente, por exemplo. Temos quase 9 mil km de costa. Onde tudo é viável e está disponível. Há também uma infinidade de rios, que são verdadeiros oceanos continentais. É incompreensível a falta de articulação em prol do desenvolvimento da pesca e aquicultura neste país. Essa é uma bandeira que vou defender até o último dia do meu mandato.
Liderança do PRB – O senhor foi designado relator setorial da Indústria, Comércio, Micro e Pequenas Empresas do Orçamento para 2017, na Comissão Mista de Planos Orçamentos Públicos e Fiscalização. Como foi a experiência?
Cleber Verde – Uma das atribuições do relator é ouvir as reivindicações dos setores. Fizemos isso e conseguimos atender várias demandas importantes como, por exemplo, as do Inmetro. Destinar recursos para este importante órgão é ter a certeza de que haverá um retorno de até quatro vezes o valor investido para o governo. Também defendemos o Programa Portal Único de Comércio Exterior, que visa reformular os processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro. O objetivo dele é diminuir o tempo dessas transações tornando a indústria brasileira mais eficiente. Foi uma experiência enriquecedora e pretendo continuar defendendo mecanismos que aumentem a competitividade da nossa indústria.
Liderança do PRB – No âmbito internacional, a eleição de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos já está sendo marcada por políticas protecionistas à indústria norte-americana. Como fica o Brasil nesse contexto?
Cleber Verde – De fato, o “fechamento” da maior economia do mundo pode ser um péssimo sinal, mas por outro lado, como disse o ministro Marcos Pereira à frente do Ministério a Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), esse protecionismo de Trump pode favorecer nossa economia. Ao retirar o país da Parceira Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), os EUA deixam o caminho livre para o Brasil, especialmente para a exportação de produtos agrícolas. Tenho muita confiança nas estratégias do nosso ministro Marcos Pereira, que está empenhado em buscar acordos para aumentar a participação do Brasil no mercado internacional.
Liderança do PRB – O senhor foi o primeiro diretor da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados (SECOM). Como foi, além de exercer um mandato de deputado federal, estar à frente da SECOM?
Cleber Verde – Foi, acima de tudo, um grande desafio. Sem conhecimentos prévios da área, tive que me dedicar muito para aprender esse mundo novo, mas valeu muito a pena. Os resultados foram positivos: antes a SECOM tinha 30 emissoras de TV e outros 23 canais autorizados, em fase de instalação. Hoje, são 40 TVs em funcionamento e outras 61 consignações em fase de instalação. O site tem em média 3 milhões de acessos por mês e mais de meio milhão de seguidores no twitter. Inauguramos o canal oficial da Câmara no YouTube, que já há mais 3 milhões de visualizações ao vivo em um único dia. O aplicativo Infoleg, para uso nos tablets e celulares, também foi outro sucesso. Por ele o cidadão pode ver, na palma da mão, todas as pautas das comissões, a agenda do plenário, o quórum das sessões e o resultado das votações. Ambos sem nenhum custo para a Câmara.
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Diniz