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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Assembleia realiza debate sobre o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)


O 1 Debate Tecnológico Maranhense foi realizado no Plenarinho da Assembleia, na manhã desta quinta-feira (22). A discussão é fruto de uma iniciativa conjunta dos gabinetes dos deputados Bira do Pindaré (PSB) e Rubens Júnior (PC do B). O objetivo do evento foi o de colher subsídios a serem apresentados ao ministro da Ciência Tecnologia, Aldo Rebelo (PC do B), e para comporem a política nacional e estadual do setor.

A mesa do debate foi presidida pelo deputado Bira do Pindaré que, a partir de fevereiro, estará no comando da secretaria estadual de Ciência e Tecnologia. Também compuseram a mesa o vice-governador do Estado, Carlos Brandão (PSDB), representando o governador Flávio Dino (PC do B); o deputado federal eleito Julião Amim (PDT), futuro secretário estadual do Trabalho; o coronel aviador Cláudio Olany Alencar de Oliveira, Comandante do Centro de Lançamento de Alcântara; o professor Areolino Almeida, engenheiro elétrico da Universidade Federal do Maranhão; o Diretor do Instituto Tecnológico do Maranhão (IFMA), Roberto Brandão; e os representantes estudantis Eduardo Corrêa e Jaine dos Santos, respectivamente, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes no Maranhão (UNE) e vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

“Pela primeira vez o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) recebeu a visita oficial de um governador do Estado acompanhado de auxiliares. Isto aconteceu ontem (21). O governador Flávio Dino visitou o CLA e estará ainda hoje com o ministro Aldo Rebelo discutindo uma proposta de fortalecimento do CLA e de sua integração ao desenvolvimento do Estado do Maranhão. Precisamos fazer com que as coisas aconteçam. É muito importante esse momento de debate. Essa é uma área prioritária para o nosso governo, até porque não existe desenvolvimento sem educação e tecnologia”, disse o vice-governador.

O coronel aviador Cláudio Olany foi o primeiro palestrante do evento. Ele apresentou um panorama histórico, com as conquistas, os meios, os avanços e as operações do CLA no Maranhão. “Temos avançado apesar das dificuldades. A imagem de que o CLA não faz nada é distorcida. Atuamos numa área que é estratégia para o País. Precisamos de apoio para realizar nosso trabalho. Infelizmente, os investimentos que recebemos é muito pequeno comparado a outros países do mundo”, afirmou.

Em sua intervenção, o professor Areolino defendeu a necessidade de integração do CLA às demais instituições do Estado vinculadas à área de ciência e tecnologia. “A culpa dessa não integração é de todos nós. Precisamos superar essa visão distorcida de que o CLA é um pedaço do Maranhão que nos foi tirado. A integração é de interesse de todos. A questão de domínio da tecnologia aeroespacial é de soberania nacional. Temos competências para tanto. É hora de firmarmos parcerias”, defendeu.

O deputado Rubens Júnior disse que a política de Ciência e Tecnologia foi, por muito tempo, deixada de lado pelo governo do estado. “Está na hora de os governos estadual e federal somarem esforços para desenvolver uma política pública de Ciência e Tecnologia que garanta avanços para o Brasil e o Maranhão. Vamos lutar para que sejam implantados Centros de Vocação Tecnológica (CVTs) que, no Maranhão, só tem um dos 569 que existem no Brasil”, observou.

O diretor do IFMA disse que essa instituição já atua há quatro anos no município de Alcântara na educação profissionalizante por intermédio do PRONATEC, contando com 400 alunos em processo de formação nas áreas agrícola, ambiental, hospitalar, lazer e industrial. “Estamos em fase de conclusão do nosso campus, que queremos inaugurar agora em fevereiro. A iniciativa desse debate é muito bem vinda. Estamos à disposição”, acrescentou.

O deputado Bira disse que vai lutar durante sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia para implantar um Centro de Vocação Tecnológica Aeroespacial em Alcântara e pela implantação de um braço do Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA) no Maranhão. “Por que não termos um braço do ITA no Maranhão?”, questionou.

CONFLITO

Desde o início de sua implantação que o CLA enfrenta problemas com as comunidades quilombolas de Alcântara em relação à ocupação da área de 62 mil hectares que lhe foi destinada. Até aqui, mais de 300 famílias de negros quilombolas já foram remanejadas para as chamadas agrovilas. A questão, atualmente, encontra-se na Câmara de Conciliação e Arbitragem do Governo federal, aguardando uma decisão que envolve uma área de 52.744 hectares.

Na oportunidade, Ivo Fonseca, coordenador geral do Centro de Cultura Negra (CNA), afirmou que os quilombolas não são contra o CLA, mas que é preciso se reconhecer o direito fundamental das comunidades negras às condições dignas de sobrevivência. “Estamos abertos ao diálogo. Agora, não abrimos mãos dos nossos direitos”, posicionou-se.

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Diniz