A cirurgia de aneurisma de aorta abdominal, pela técnica endovascular, começou a ser realizada na rede pública estadual pela equipe de cirurgiões do Hospital de Alta Complexidade Tarquínio Lopes Filho (Hospital Geral). A cirurgia é uma subespecialidade da cirurgia vascular em que o tratamento das doenças circulatórias, utilizando cateteres e guias, é manipulado à distância e monitorado por telas (monitores).
O chefe do serviço de cirurgia vascular da unidade de saúde, Carlos Azulay, explicou que a cirurgia endovascular tem como objetivos principais minimizar a agressividade cirúrgica, evitando-se as grandes incisões e as cicatrizes. “Com isto diminui o tempo da intervenção, reduz o tempo de internação e os custos hospitalares são, em geral, menores. O paciente, que ficava 10 dias, hospitalizado, depois da intervenção, com esta técnica, está de alta em até cinco dias”, completou.
Carlos Azulay, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular da Regional do Maranhão, explicou que os sintomas mais comuns do aneurisma da aorta abdominal são a claudicação (dor na musculatura das pernas em caminhadas) e as úlceras isquêmicas. “O procedimento cirúrgico é uma forma de prevenção do rompimento da aorta. A sobrevida de um paciente em caso de ruptura é de 5% e a cirurgia dá uma chance de sobrevida de 95%”, explicou.
Em princípio, qualquer artéria pode ser acometida, mas é a aorta abdominal, especialmente em seu segmento abaixo das artérias renais, a mais frequentemente envolvida pelo aneurisma. Uma vez enfraquecida a parede arterial, ela cede à constante pressão pulsátil do sangue em seu interior e se dilata.
A partir daí e, de acordo com conceitos de leis físicas, essa dilatação aumenta cada vez mais, progredindo inexoravelmente para a rotura da artéria, situação sempre de extrema gravidade, que pode culminar com o óbito do paciente, às vezes até mesmo antes que ele consiga alcançar recursos médicos.
A probabilidade de rotura é diretamente proporcional ao tamanho do aneurisma, mais especificamente ao seu diâmetro. De modo geral, considera-se que a partir de 4 cm de diâmetro, todo aneurisma da aorta abdominal deva ser tratado, de forma a evitar sua complicação maior, a rotura.
Ausência de sintomas
Outro dado relevante nesta patologia é a ausência de sintomas em grande número de casos. Ou seja, o portador do aneurisma nada sente no início, podendo as manifestações aparecerem apenas tardiamente, quando, pelo volume, a dilatação começa a comprimir estruturas vizinhas na cavidade abdominal, ou ainda, surgir apenas na vigência da expansão aguda ou da rotura, em decorrência da hemorragia interna.
O diagnóstico é possível na maioria das vezes apenas pelo exame físico. A simples palpação do trajeto arterial evidencia sua dilatação e expansibilidade. Quando não, exames como a ultra-sonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou arteriografia, vão confirmá-lo e possibilitar o planejamento da operação.
Esta patologia se reveste de grande importância e o sucesso do tratamento - sempre cirúrgico e prioritário - depende do diagnóstico precoce e da operação planejada e executada antes da rotura, por equipe experiente de especialistas, em hospitais bem equipados.
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Diniz