O deputado Antônio Pereira (DEM) ocupou a
tribuna da Assembleia Legislativa, para destacar a luta contra a pretensão da
Fundação Nacional do Índio (Funai) de ampliar em mais de 200% – por meio da
Portaria 1437, datada de 08 de outubro de 2010 – a Reserva Indígena Governador,
dos atuais 41.643ha para 204.729ha. Hoje as reservas indígenas ocupam mais de
45% do município de Amarante. Com a ampliação pretendida pela Funai, esta
ocupação subiria de 140 para 204 mil hectares (75%).
O democrata registrou que participou, na
sexta-feira (14), em Amarante - acompanhado de cerca 10 mil pessoas, dos
prefeitos de Amarante e de Fernando Falcão, do ex-prefeito Marconi Gomes e de
vereadores dos municípios da região Sul - de um mega-protesto contra a
Ampliação da Reserva indígena Governador. Compareceram também membros do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, religiosos e presidentes de associações. A
manifestação teve o apoio da Prefeitura e da Câmara Municipal de Amarante.
Antônio Pereira informou que com a possível
demarcação da Reserva Indígena Governador, mais de 20 mil pessoas de três mil
famílias serão expulsas das áreas de importantes assentamentos e produtivas
propriedades rurais. Segundo ele, Amarante já possui 54% de sua extensão, o
equivalente a 408.000ha, ocupadas pelas reservas indígenas: Araribóia
(338.000ha), Governador (41.6432ha) e Reserva Krikati (28.947ha).
Para Antônio Pereira, a situação se agrava
ainda mais porque ficou constatado que a demarcação provocará a extinção de 11
assentamentos (06 do INCRA e cinco do Banco da Terra) e que 1.500 propriedades
rurais ficarão dentro da reserva indígena. “Isto acaba com 50% da produção
econômica de Amarante, que tem sua economia baseada na agropecuária. Hoje o
rebanho bovino de Amarante é de 200 mil cabeças. Na reserva pretendida pela
Funai, são criadas cerca de 150 mil
cabeças de gado”, alerta.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Na segunda-feira (17), o deputado Antônio
Pereira participou, na Assembleia Legislativa, acompanhado de representantes
dos municípios do Sul do Maranhão, de audiência pública promovida pela Comissão
de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Casa, para tratar dos
impactos da demarcação da Reserva Indígena Governador para a população de
Amarante, Grajaú, Barra do Corda, Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra, São
João do Caru e outros que sem dúvida serão prejudicados.
A audiência foi motivada por requerimento
do deputado Carlinhos Amorim (PDT). Participaram o presidente da Comissão,
deputado André Fufuca (PSD), e deputados Carlos Alberto Milhomem (PSD), Neto
Evangelista (PSDB), Bira do Pindaré (PT) e Hélio Soares. Na oportunidade,
Antônio Pereira pediu a mobilização da Assembleia Legislativa, para evitar a
desastrosa demarcação da Reserva Governador e a expulsão de pecuaristas e
lavradores de suas terras ocupadas hás mais de 30 anos.
Na audiência, Antônio Pereira elogiou a decisão da
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que demitiu a presidenta da
Funai e anunciou a elaboração de novo processo de demarcação de terras indígenas,
que será regulamentado até o fim deste semestre, tempo suficiente para o
Supremo Tribunal Federal (ST) se manifestar sobre a questão. Uma regulamentação vai definir detalhes de
como atuará a Embrapa e os ministérios da Agricultura, Cidades e
Desenvolvimento Agrário.
LUTA EM BRASÍLIA
A luta do deputado Antônio Pereira para
barrar a demarcação da Reserva Indígena Governador é antiga. Começou desde
2003, no seu primeiro mandato. Recentemente, o democrata participou, em
Brasília (DF), de reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer,
para tratar do assunto. O parlamentar informou ao vice-presidente que os pecuaristas
também vão amargar sérios prejuízos, caso a Funai consiga ampliar a Reserva
Governador.
Após a reunião, Antônio Pereira entregou
estudos da Comissão Permanente em Defesa dos Proprietários Rurais de Amarante,
que apresentam a situação das ocupações no Maranhão. Segundo ele, Michel
Temer ficou impressionado com a dimensão do problema, e comprometeu-se a buscar
mais esclarecimentos junto aos órgãos do Governo Federal, para evitar sérios
problemas e até um provável conflito entre brancos e índios.
Em setembro de 2011, Antônio Pereira se
reuniu, em Brasília (DF), com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso,
acompanhado dos ex-prefeitos Marconi Gomes (Amarante), Sansão (Sítio Novo) e
representantes da Comissão de Produtores Rurais de Amarante e Sítio Novo.
A reunião foi agendada pelo então presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB/AP).
O ministro se comprometeu em apresentar
solução para o problema, cujas conseqüências podem ser muito drásticas.
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Diniz